Tuesday, November 24, 2009

Pulso.

Noites ensolaradas tomam posse do meu sono.
Todo raio de luz me estende a mão em companhia.
Despidas as semanas se expões em dias, carregam-me inerte por caminhos secos onde rachaduras craquelam meus pés descalços.
Acordei em abril no mais quente dos invernos, a neve derretida em pó saltava virgem dos meus olhos.
Duros suspiros rasgavam os braços colados à cama, cansado o travesseiro apoiava a impertinente seqüência pensativa.
Era naquelas paredes que eu entupia minhas verdades, toda mobília roubava de mim a forma e naquele eu tão bem de mim refletido lia-se a impossibilidade de esquecer.
Lençóis manchados beijavam meus ouvidos:
- Dorme criança, que é no peito que a alma morre.

1 comment:

somunderground said...

cara muito bom, mesmo. uma forma de escrever muito original, algumas partes em particular me tomou a atençao> Noites ensolaradas tomam posse do meu sono.
Todo raio de luz me estende a mão em companhia. >>> Acordei em abril no mais quente dos invernos, a neve derretida em pó saltava virgem dos meus olhos. e por ultimo essa>> Dorme criança, que é no peito que a alma morre.
^^ muito legal mesmo...