Noites ensolaradas tomam posse do meu sono.
Todo raio de luz me estende a mão em companhia.
Despidas as semanas se expões em dias, carregam-me inerte por caminhos secos onde rachaduras craquelam meus pés descalços.
Acordei em abril no mais quente dos invernos, a neve derretida em pó saltava virgem dos meus olhos.
Duros suspiros rasgavam os braços colados à cama, cansado o travesseiro apoiava a impertinente seqüência pensativa.
Era naquelas paredes que eu entupia minhas verdades, toda mobília roubava de mim a forma e naquele eu tão bem de mim refletido lia-se a impossibilidade de esquecer.
Lençóis manchados beijavam meus ouvidos:
- Dorme criança, que é no peito que a alma morre.