Tuesday, June 26, 2007

De lá pra cá eu já não sei.

Segunda vez.
E ela já tinha se prometido antes mesmo do ocorrido inicial que se fosse até o prédio não sairia de lá como quem não quer nada da vida.
Mas ela sabia disso – Ah, sabia! – tanto que se fez prometer toda aquela bagulhada de cousas que vem em frases pomposas.
Era aquela sua mania de apressar finais e tomar vinhos de R$ 4,97 que vivia atrapalhando.
Desceu as escadas e deu com os ombros um “Tudo bem, amanhã, amanhã...” (promessa).
Tropeçou umas duas vezes e teve certeza de que não cairia uma vez se estivesse de saltos.
Foi sempre assim, e ainda é.
Ela cuida mais quando anda sobre pontas.
Procurou uns buracos, pulou d’umas poças, fez cara de distraída e se equilibrou no meio fio.
Nada.
“Quando a gente presta atenção some”.
Bobagem!
Não compraria idéias prontas. Não nessa vida – claro que não!
Borrão amarelo cruza a rua e ela perdidamente atrasada corre atrás do ônibus xingando mais que a Dona Dalva.
Bruscamente a porta abre e do outro lado um motorista risonho:
- Quase não pega, hã?
- Engraçadinho.
Some o degrau, escorrega e caí de boca naquela espécie de corrimão seboso.
- Merda!
“Ainda acredito”.